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Oposição usará CPI para mostrar que estados governados pela direita são mais seguros

Oposição articula na CPI do Crime Organizado estratégia para destacar estados de direita como mais seguros, apesar da presidência governista. Um embate político se inicia.

Governo Lula garante presidência da comissão, mas grupo de Flávio Bolsonaro e Hamilton Mourão articula estratégia para defender imagem da direita no combate ao crime.

Oposição articula na CPI do Crime Organizado estratégia para destacar estados de direita como mais seguros, apesar da presidência governista. Um embate político se inicia.

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Crime Organizado foi oficialmente instalada no Senado Federal nesta terça-feira, 4 de junho, em um cenário de intensa disputa política. Apesar de uma vitória inicial para o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que conseguiu eleger o senador Fabiano Contarato (PT-ES) para a presidência do colegiado, a oposição já articula uma estratégia para utilizar a comissão como plataforma.

Liderada por figuras como Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e Hamilton Mourão (Republicanos-RS), a frente oposicionista pretende reverter a narrativa, usando a CPI para reforçar a imagem da direita na pauta da segurança pública e no combate à criminalidade. A relatoria ficou a cargo do senador Alessandro Vieira (MDB-SE), que foi o autor do pedido de criação da CPI.

A tática central da oposição é clara: demonstrar que os estados sob gestão de governadores alinhados à direita apresentam índices de segurança pública superiores aos administrados por políticos de esquerda. Esta abordagem visa não apenas criticar a gestão atual em alguns estados, mas também pavimentar um caminho para as próximas eleições, associando a direita a uma governança mais eficaz na área de segurança.

A composição e os primeiros movimentos da CPI indicam que o debate será polarizado, transformando a comissão em um palco de confronto ideológico sobre as melhores práticas para enfrentar o crime organizado no país.

Na sessão inaugural, foram aprovados sete requerimentos cruciais apresentados pelo relator Alessandro Vieira. Entre as primeiras ações, destaca-se a convocação de governadores e secretários de Segurança Pública de estados que, segundo a avaliação inicial, possuem os melhores indicadores de segurança. Foram convidados representantes do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e Distrito Federal – todos atualmente administrados por políticos do espectro da direita. A expectativa é que esses depoimentos sirvam para ilustrar os modelos de gestão e as políticas públicas que a oposição considera exitosas.

O Contraponto dos Estados com Piores Índices

Em um movimento para equilibrar e aprofundar a investigação, a CPI também aprovou a convocação de representantes de cinco estados que figuram entre os de piores índices de violência no Brasil. Serão chamados a depor autoridades do Amapá, Bahia, Pernambuco, Ceará e Alagoas.

A inclusão desses estados é estratégica, pois permite um comparativo direto e expõe as diferentes realidades e desafios enfrentados pelas gestões estaduais. É notório que, entre esses, a Bahia é governada pelo petista Jerônimo Rodrigues e o Ceará, pelo também integrante do PT Elmano de Freitas, o que adiciona uma dimensão política significativa ao debate.

A CPI, portanto, não se limitará a um diagnóstico do crime organizado, mas se transformará em um termômetro da eficácia das políticas de segurança pública em diferentes matizes ideológicos. A oposição buscará incessantemente vincular a segurança à eficiência de governos de direita, enquanto a base governista terá o desafio de defender as gestões de seus aliados e, ao mesmo tempo, direcionar o foco da CPI para a complexidade do fenômeno criminal, evitando que o colegiado se torne um mero palanque eleitoral.

Os próximos passos da comissão prometem ser intensos, com depoimentos e discussões que certamente reverberarão no cenário político nacional, influenciando a percepção pública sobre a segurança e a governança.

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