Consumo elevado impõe carga extra aos rins, com riscos para quem já possui condições renais preexistentes.
Excesso de proteína sobrecarrega os rins, elevando o risco de danos, especialmente em indivíduos com doença renal crônica. Moderação e hidratação são cruciais para a saúde renal.
A proteína é essencial para a reparação dos tecidos, mas o seu consumo excessivo impõe uma carga de trabalho extra aos rins. Este órgão é responsável por filtrar os resíduos do metabolismo proteico, e uma sobrecarga crônica pode, em certos casos, comprometer sua função a longo prazo.
Ao contrário de gorduras e carboidratos, a proteína contém nitrogênio. Quando metabolizada, ela gera resíduos nitrogenados, como a ureia e a amônia, que precisam ser filtrados do sangue pelos rins e excretados na urina.
Quanto mais proteína você come, mais resíduos são gerados.
Essa demanda extra força os rins a entrarem em um estado de hiperfiltração, aumentando a pressão interna nos glomérulos (as unidades filtradoras) para dar conta da demanda. Para pessoas com rins saudáveis, o órgão geralmente se adapta a essa carga extra temporária sem danos imediatos. No entanto, o risco real é para quem já possui Doença Renal Crônica (DRC) incipiente ou fatores de risco (como diabetes e hipertensão). Nesses grupos, a hiperfiltração acelera a perda da função renal. A National Kidney Foundation (EUA) alerta que dietas hiperproteicas podem ser prejudiciais para quem não sabe que já tem algum grau de comprometimento renal.
Consequências do Excesso Proteico
Além do desgaste potencial da filtragem, o excesso de proteína (especialmente animal) aumenta a carga ácida do corpo. Os rins precisam trabalhar mais para neutralizar esse ácido, o que pode levar à formação de cálculos renais (pedras).
A sobrecarga crônica sem hidratação adequada pode levar a várias complicações silenciosas ao longo do tempo, incluindo desidratação leve (o corpo precisa de mais água para eliminar a ureia extra), cálculos renais (aumento da excreção de cálcio e ácido úrico na urina), acidose metabólica (dificuldade dos rins em equilibrar o pH do sangue) e um envelhecimento renal acelerado.
Estudos de Harvard sugerem que proteínas animais (carne vermelha, ovos, laticínios) tendem a gerar mais resíduos ácidos e inflamatórios do que as proteínas vegetais (feijões, lentilhas, soja). Substituir algumas porções de proteína animal por vegetal pode reduzir o estresse sobre os rins, sendo uma estratégia mais segura para consumo a longo prazo.
A chave é a moderação e a hidratação. Para proteger seus rins enquanto mantém uma boa ingestão proteica, adote hábitos como aumentar a hidratação, distribuir o consumo proteico ao longo do dia, incluir fontes vegetais para reduzir a carga ácida e monitorar a saúde renal com exames anuais (creatinina) se você consome muita proteína regularmente.

