Ministro do STF exige portas fechadas e silêncio da imprensa em encontro com cúpula da segurança fluminense.
O ministro Alexandre de Moraes impôs sigilo e portas fechadas em reunião no Rio com Cláudio Castro para discutir operação contra o Comando Vermelho, proibindo entrevistas.
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), impôs rigorosas condições de sigilo e portas fechadas durante uma reunião crucial com o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), e a cúpula da segurança fluminense nesta segunda-feira (3/11). O encontro, realizado no Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), teve como pauta a megaoperação contra o Comando Vermelho (CV).
A coluna apurou que Moraes autorizou a entrada na sala de reunião apenas dos secretários que compõem a alta cúpula de segurança do Rio. Estiveram presentes o procurador-geral do RJ, Renan Saad, o secretário de Segurança Pública, Victor dos Santos, o secretário de Polícia Civil, Felipe Curi, e o secretário da PM, Marcelo de Menezes.
Todos os assessores das pastas foram instruídos a se retirar do local. Além disso, Moraes orientou que nenhuma das autoridades presentes conceda entrevistas à imprensa sobre os assuntos discutidos na audiência, reforçando o ambiente de discrição absoluta.
A reunião acontece a pedido do Conselho Nacional dos Direitos Humanos (CNDH), que solicitou explicações detalhadas do governador Castro sobre a operação. Um dos pontos centrais abordados foi a preservação de elementos e informações relativas à atuação policial, visando permitir o controle e a fiscalização pelo Ministério Público. Essa determinação de preservação atende a um pedido feito pela Defensoria Pública do RJ (DPU) na última quinta-feira (30), garantindo o acesso às informações pela DPU.
Contexto da ADPF das Favelas
Moraes é, atualmente, o relator temporário da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental 635, conhecida como ADPF das Favelas. Ele foi designado para tomar decisões urgentes envolvendo o processo na última terça-feira (28), após a aposentadoria antecipada do ministro Luís Roberto Barroso, que comandava a ação até a penúltima semana de outubro.
A ADPF das Favelas foi protocolada em 2019 pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB), buscando maior controle e redução da letalidade policial em operações no estado.
Além do encontro no CICC, o ministro do STF cumpriu uma agenda intensa ao longo desta segunda-feira. Ele tinha previstos outros três encontros importantes: com o presidente do Tribunal de Justiça do Estado do RJ (TJRJ), desembargador Ricardo Couto; com o procurador-geral de Justiça do Estado RJ (MPRJ), Antonio José Campos Moreira; e com o defensor público-geral do Estado do RJ, Paulo Vinícius Cozzolino.
A agenda demonstra a profundidade da investigação e a abrangência das conversas do ministro sobre a segurança pública no Rio.

