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Governo Lula infla verba de comunicação antes de ano eleitoral e vai na contramão de cortes

O Governo Lula aumenta o orçamento de comunicação para R$ 876 milhões em 2025, contrastando com cortes em áreas essenciais, gerando debate sobre prioridades.

Orçamento da Secom para 2025 atinge R$ 876 milhões, superando R$ 600 milhões de 2024, enquanto outras pastas enfrentam cortes severos.

O Governo Lula aumenta o orçamento de comunicação para R$ 876 milhões em 2025, contrastando com cortes em áreas essenciais, gerando debate sobre prioridades.

O Governo Lula (PT) planeja uma significativa ampliação na verba de comunicação da Presidência para 2025, elevando o orçamento para cerca de R$ 876 milhões. Este valor representa um aumento substancial em comparação aos R$ 600 milhões destinados em 2024, que já era a maior cifra aplicada nos contratos da Secretaria de Comunicação (Secom) desde 2017.

A medida ocorre às vésperas de um ano eleitoral e contrasta com a escassez de recursos enfrentada por diversas pastas.

Enquanto a Secom vê seu orçamento inflado, outros órgãos governamentais lidam com cortes e dificuldades financeiras. A Polícia Federal, por exemplo, busca R$ 97,5 milhões para a emissão de passaportes, e o Ministério da Educação ainda não possui verba suficiente para a compra integral de materiais didáticos. O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) também sofreu um corte de R$ 190 milhões, alertando para possíveis impactos no pagamento de benefícios previdenciários.

Estratégia de Comunicação e Reeleição

A ampliação da verba reflete uma alteração na estratégia de comunicação do governo desde a chegada de Sidônio Palmeira à Secom, em janeiro. A pasta tem investido mais em anúncios na internet, contratado influenciadores digitais e produzido vídeos virais.

Essa movimentação é vista como parte da estratégia do presidente Lula para buscar a reeleição em 2026, intenção já confirmada por ele em outubro do ano anterior. Publicações como um vídeo nas redes gov.br, que adaptou o “Teste de Fidelidade” para uma disputa simbólica entre governos, ilustram essa nova abordagem.

A rubrica orçamentária para comunicação institucional financia principalmente campanhas publicitárias federais, além de contratos menores de assessoria de imprensa e pesquisa de opinião. Apenas a conta de publicidade da Secom soma R$ 562 milhões anuais, executados por quatro agências.

Entre os destinos da verba estão R$ 85 milhões para a campanha “Brasil Soberano” e R$ 30 milhões para promover o programa Gás do Povo.

Adicionalmente, um novo contrato de comunicação digital, em fase final de licitação, deve destinar mais de R$ 100 milhões por ano para a produção de vídeos, textos, podcasts e outros conteúdos para redes sociais. Documentos da licitação indicam a intenção de produzir cerca de 3 mil vídeos anualmente, com 576 deles apresentados, a um custo unitário de R$ 21,4 mil.

Em nota, a Secom defendeu que a legislação exige ações de comunicação para promover políticas públicas e direitos, e que parte do orçamento está bloqueada, o que, segundo a pasta, não configuraria uma “alteração substancial” na verba total. A secretaria também argumentou que o aumento está ligado ao lançamento de novos programas e políticas públicas, como o Gás do Povo e a ampliação da isenção do Imposto de Renda, e que a única suplementação recebida foi para custear a Cúpula do BRICS.

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