Viagem presidencial a Belém para a conferência climática posterga decisão sobre a vaga de Luís Roberto Barroso na Corte, com Jorge Messias sendo o nome mais cotado.
Presidente Lula adia novamente a escolha para vaga no STF, priorizando agenda da COP30 em Belém. Jorge Messias é o principal cotado, enquanto senadores defendem outros nomes.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) adiou, mais uma vez, a indicação do nome para preencher a vaga de ministro no Supremo Tribunal Federal (STF), deixada por Luís Roberto Barroso. O principal cotado para assumir a cadeira é Jorge Messias, atual ministro da Advocacia-Geral da União (AGU).
A decisão, que já era aguardada desde a aposentadoria de Barroso em 18 de outubro, foi postergada devido à imersão do presidente em agendas relacionadas à 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que ocorrerá em Belém, no Pará.
A agenda presidencial tem sido intensa. Após retornar de uma semana de compromissos na Ásia, Lula se reuniu com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, para discutir a indicação.
Alcolumbre, por sua vez, defende o nome de Rodrigo Pacheco (PSD-MG), atual presidente do Senado. Contudo, o presidente Lula manifesta preferência por Pacheco na disputa pelo governo de Minas Gerais nas próximas eleições, um estado crucial para a campanha de reeleição do PT, que enfrenta dificuldades sem um candidato forte ao executivo local.
Antes de focar na COP30, o retorno de Lula a Brasília foi marcado pela gestão da crise de segurança pública no Rio de Janeiro, que envolveu uma megaoperação com elevado número de mortes. O presidente realizou diversas reuniões para alinhar o discurso governamental no combate ao crime organizado, evidenciando a complexidade e a diversidade de temas que ocupam a pauta do Planalto.
Agora, as atenções se voltam para Belém, sede da COP30 entre 10 e 21 de novembro. O presidente embarca para a capital paraense neste sábado, 1º de novembro, com o objetivo de inaugurar obras no aeroporto da cidade e no Porto de Outeiro. A expectativa é que Lula dedique cerca de dez dias a compromissos ligados à conferência, com a possibilidade de visitas a comunidades indígenas, quilombolas e extrativistas na região de Santarém nos dias 2 e 3 de novembro.
Implicações Políticas da Escolha
A escolha do futuro ministro do STF não é apenas uma questão jurídica, mas também um movimento estratégico no tabuleiro político nacional. O adiamento reflete a cautela do presidente em um momento de múltiplos desafios e alinhamentos para as eleições futuras.
A decisão final sobre a indicação de Jorge Messias, ou de outro nome, será crucial para o equilíbrio de forças no judiciário e para as articulações políticas do governo.

