Felipe Curi defende megaoperações contra o Comando Vermelho e critica rapper por relativizar atuação policial
Felipe Curi, Secretário da Polícia Civil do RJ, defendeu operações contra o Comando Vermelho, rebatendo críticas de Oruam e destacando a legitimidade da atuação policial.
O Secretário da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Felipe Curi, veio a público nesta quarta-feira (29) para defender veementemente as megaoperações realizadas pela corporação contra o Comando Vermelho (CV). A manifestação de Curi surge em resposta a críticas crescentes sobre as táticas policiais, incluindo uma notória declaração do rapper Oruam, que questionou a abordagem das forças de segurança em comunidades.
O caso reacende o debate sobre a atuação policial em áreas conflagradas e a percepção pública sobre a segurança no estado.
As críticas de Oruam, filho de Marcinho VP, apontado como um dos principais líderes do Comando Vermelho, e sobrinho de Elias Maluco, conhecido pelo assassinato do jornalista Tim Lopes, ganharam destaque nas redes sociais. Na terça-feira (28), o artista publicou: “Minha alma angra quando a favela também tem família, se tirar o fuzil da mão existe o ser humano”.
A declaração foi interpretada como uma relativização da presença de armamento pesado em comunidades e um apelo à humanização de indivíduos envolvidos com o crime, gerando ampla repercussão.
Em sua réplica, o Secretário Felipe Curi não poupou palavras ao rechaçar a visão apresentada pelo rapper. “O filho do chefe da facção falou que por trás de um fuzil tem uma pessoa. Sobrou até para o fuzil. Não tem mais vítima. E o policial está sendo tratado como vilão. Nós não vamos admitir isso. O policial é o herói”, afirmou Curi, sublinhando a indignação da corporação diante da tentativa de deslegitimar o trabalho dos agentes. Ele reforçou que a Polícia Civil não tolerará que seus membros sejam vistos como algo diferente de defensores da sociedade.
A Dinâmica da Segurança Pública e o Combate ao Crime Organizado
A postura firme de Curi reflete a complexidade do cenário de segurança pública no Rio de Janeiro, onde o combate ao crime organizado, especialmente facções como o Comando Vermelho, é uma constante. As megaoperações são frequentemente justificadas pela necessidade de desarticular redes criminosas, apreender armamentos e drogas, e restaurar a ordem em áreas dominadas.
No entanto, essas ações também geram intensos debates sobre direitos humanos, uso da força e o impacto nas comunidades.
A declaração do secretário busca reafirmar a autoridade e a moral da Polícia Civil, posicionando os agentes como elementos cruciais na proteção da população. Ao enfatizar que o policial é um herói, Curi tenta contrapor a narrativa que, segundo ele, busca vitimizar criminosos e criminalizar a ação legítima do Estado.
A controvérsia entre a fala de Oruam e a resposta do secretário ilustra a polarização existente na discussão sobre segurança no estado.
Este episódio é mais um capítulo na longa e difícil luta contra o crime organizado no Rio de Janeiro, com líderes de facções e seus familiares frequentemente no centro das atenções, seja por suas ações ou por suas manifestações públicas. A resposta de Felipe Curi deixa claro que a Polícia Civil manterá sua estratégia de combate e defenderá a integridade e o valor de seus agentes, independentemente das críticas.

