Sindicância interna apura suposta conduta irregular após mensagens em grupos de WhatsApp questionarem benefícios milionários.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) instaurou sindicância para apurar se servidores criticaram indevidamente pagamentos a procuradores em grupos de WhatsApp.
Após críticas em grupos de WhatsApp sobre pagamentos a procuradores, a Procuradoria-Geral da República (PGR) abriu sindicância para investigar o caso. A apuração interna busca verificar a conduta de servidores que questionaram os benefícios financeiros concedidos a membros do Ministério Público Federal (MPF).
A Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) solicitou a investigação alegando que as mensagens, compartilhadas em grupos de discussão, prejudicam a imagem da instituição. Paulo Santiago, secretário-geral adjunto da PGR, acatou o pedido, determinando atuação conjunta das áreas de Tecnologia, Polícia do MPF e Perícia e Análise.
O inquérito, com prazo de 60 dias, foi classificado como sigiloso de nível três, permitindo acesso apenas a procuradores e alguns servidores. A responsabilidade pela apuração recai sobre o servidor Cleuber Filho. As mensagens em questão criticavam o pagamento de R$ 1 milhão por procurador em benefícios retroativos. A medida surgiu após autorização do vice-procurador-geral da República, Hindenburgo Chateaubriand Filho, para o pagamento de licenças compensatórias retroativas a procuradores com acúmulo de processos.
A decisão foi tomada no mesmo dia em que o CNJ proibiu vantagens financeiras retroativas por via administrativa. Estimativas internas indicavam que os valores poderiam ultrapassar R$ 1 milhão por membro. Para a ANPR, as mensagens seriam “manifestamente falsas” e ultrapassariam a crítica legítima, podendo configurar infração funcional por violar os deveres de lealdade, moralidade e ética. A associação suspeita que os autores das mensagens sejam servidores do próprio MPF, insatisfeitos com a diferença salarial entre as carreiras.

