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MP aponta que falso médico pagou R$ 5 mil por corpo para simular morte

Para escapar da Justiça, homem teria forjado a própria morte com ajuda de corpo de indigente e apoio de funcionários públicos, segundo investigação.

Fernando Henrique Guerrero teria pago para usar corpo de indigente em falso enterro, em Guarulhos, para escapar de acusações de homicídio e exercício ilegal da medicina.

Para escapar da Justiça, homem teria forjado a própria morte com ajuda de corpo de indigente e apoio de funcionários públicos, segundo investigação.

Para evitar as acusações de homicídio e exercício ilegal da medicina, Fernando Henrique Guerrero teria pago R$ 5 mil para usar o corpo de um indigente em um falso enterro, de acordo com o Ministério Público. A fraude, ocorrida em Guarulhos, Grande São Paulo, teve a possível colaboração de servidores públicos do município.

Segundo a investigação, funcionários da Prefeitura de Guarulhos, ligados ao serviço funerário e ao setor de controle de óbitos, teriam facilitado a liberação irregular do corpo. Documentos do processo indicam que valores entre R$ 3 mil e R$ 8 mil foram negociados, com um relatório policial parcial apontando o pagamento de R$ 5 mil para o desvio do cadáver. A Secretaria da Saúde de Guarulhos também teria sido acionada para a “liberação de corpo não reclamado”.

O relatório da Delegacia Seccional de Guarulhos confirmou que o corpo utilizado no sepultamento não era de Fernando Henrique, mas de um indigente retirado do serviço funerário municipal de forma irregular. As autoridades apuram indícios de conluio entre servidores públicos e o réu, com intermediação de um funcionário terceirizado. Além de falsificar documentos, como certidão de óbito e atestado médico, Guerrero teria pago a agentes públicos e usado o cadáver para sustentar o golpe.

A prefeitura informou que uma sindicância tramita na Corregedoria do município e que está colaborando com as autoridades desde o início das investigações. Em 24 de junho de 2025, Guerrero se entregou à polícia no 1º Distrito Policial de Guarulhos, após novo mandado de prisão decretado pela Justiça. O juiz Emerson Tadeu Pires de Camargo revogou o reconhecimento da morte e determinou a reabertura do processo.

O MPSP solicitou a instauração de investigação para apurar os crimes de falsidade ideológica, obstrução da Justiça, corrupção e vilipêndio de cadáver. O Gaeco foi acionado para aprofundar as diligências sobre o envolvimento de servidores municipais e a rota do pagamento pelo corpo. O caso tramita sob sigilo e com vigilância reforçada.

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