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STJ anula condenação de Francisco Mairlon, preso por 15 anos no caso 113 Sul

Após 15 anos preso, Francisco Mairlon Barros Aguiar teve a condenação anulada pelo STJ, em decisão que atende pedido da ONG Innocence Project.

Decisão do Superior Tribunal de Justiça atende pedido da ONG Innocence Project, que apontou falhas nos depoimentos que levaram à condenação por participação no "Crime da 113 Sul"

Após 15 anos preso, Francisco Mairlon Barros Aguiar teve a condenação anulada pelo STJ, em decisão que atende pedido da ONG Innocence Project.

Francisco Mairlon Barros Aguiar, que passou 15 anos preso, teve sua condenação anulada nesta terça-feira (14) pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), após ser apontado como um dos executores do “Crime da 113 Sul”, ocorrido em Brasília. A decisão atende a um pedido da ONG Innocence Project, que busca reparar erros judiciais.

O caso, que vitimou o ex-ministro do TSE José Guilherme Villela, sua esposa Maria Carvalho e a empregada da família Francisca Nascimento em 2009, teve grande repercussão. A filha do casal, Adriana Villela, também chegou a ser acusada de ser a mandante do crime, mas sua condenação também foi anulada pelo STJ. Outros três homens foram condenados pela execução do crime e estão presos desde novembro de 2010.

Segundo a defesa de Francisco Mairlon, os depoimentos que o incluíram na cena do crime foram colhidos sob pressão e intimidação. A advogada Dora Cavalcanti, da Innocence Project, afirmou que Mairlon foi “quebrado” pelas múltiplas horas de depoimento e considerado “réu confesso” sem ter admitido ter dado facadas ou entrado no apartamento. Os ministros do STJ também trancaram a ação penal e anularam o processo desde o início.

Um dos principais argumentos da defesa é a ausência de provas materiais que liguem Mairlon ao local do crime, como DNA ou impressões digitais. A defesa também teve acesso aos vídeos dos depoimentos de Paulo Cardoso Santana e Leonardo Campos Alves em 2024, que nunca tinham sido devidamente analisados pelos juízes. A Innocence Project alega que o ex-porteiro Leonardo envolveu Mairlon na história para obter uma pena menor para si mesmo.

Em 2024, Paulo Santana mudou sua versão e afirmou que incriminou Francisco Mairlon porque foi torturado pela polícia. Leonardo Campos Alves foi condenado a 60 anos de prisão, enquanto Paulo Cardoso Santana foi condenado a 62 anos. Francisco Mairlon havia sido condenado a 55 anos, pena reduzida para 47 anos em segunda instância. O Ministério Público do DF pode recorrer da decisão do STJ.

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