Episódio envolvendo a morte do irmão do presidente ainda gera impacto, segundo aliados.
Auxiliares de Lula relatam que o presidente ainda demonstra receio em relação ao ministro Dias Toffoli, o que pode influenciar futuras indicações ao STF.
A escolha de um nome de confiança para a vaga de Luiz Roberto Barroso no Supremo Tribunal Federal (STF) é vista como crucial por aliados do presidente Lula. Segundo auxiliares, a relação de Lula com o ministro Dias Toffoli tem um peso significativo nesse processo. Um auxiliar do presidente declarou que “o Lula tem trauma da indicação de Toffoli”.
De acordo com um aliado próximo ao petista, esse receio fortalece o nome do ministro da AGU, Jorge Messias, como favorito. A questão remonta a janeiro de 2019, quando Vavá, irmão do presidente, faleceu enquanto Lula estava preso em Curitiba. O pedido de Lula para comparecer ao enterro foi negado nas instâncias inferiores, e o caso chegou ao STF. Toffoli autorizou o encontro com a família em uma unidade militar de São Bernardo do Campo (SP) apenas 20 minutos antes do horário marcado para o enterro, o que gerou grande mágoa.
Interlocutores do presidente mencionaram o assunto nas duas indicações feitas em 2023, quando Cristiano Zanin e Flávio Dino foram escolhidos para o STF. A relação amigável de Toffoli com Jair Bolsonaro durante seu mandato também é vista como um fator que mudou a percepção de Lula em relação ao ministro. Um jantar em homenagem a Kassio Nunes Marques, promovido por Toffoli em sua casa durante a pandemia, onde ele recebeu Bolsonaro com um abraço, causou particular incômodo.

