Cortando os vales da mística Serra de Maracaju, entre paredões de arenito, a antiga ferrovia Noroeste do Brasil e o Rio Aquidauana, a Estrada Parque de Piraputanga tornou-se o novo e promissor destino de turismo de aventura e contemplação de Mato Grosso do Sul. O caminho foi pavimentado, entre os distritos de Piraputanga e Camisão, em Aquidauana, aumentando o fluxo turístico.
Com suas belas paisagens para vivenciar e aventurar-se, como serras, rafting, bike, escalada, rapel, trilhas, sítios arqueológicos, pesca e gastronomia, a estrada ecológica tem 42 km de extensão e situa-se geograficamente privilegiada – a 100 km de Campo Grande e após o asfaltamento da Estrada do 21, que encurta distâncias entre Bonito e a Capital, integrará a Rota Pantanal Bonito.
Para o diretor-presidente da Fundação de Turismo do Estado (Fundtur/MS), Bruno Wendling, Piraputanga deixará de ser um destino regional e ganhará destaque internacional ao se interligar com o novo acesso à Capital do Ecoturismo, distante 150 km. “Será um destino de serra e de romance, aqui no Mato Grosso do Sul, para atrair depois o público nacional e internacional”, aposta.
Novos empreendimentos
O secretário municipal de Cultura e Turismo (Sectur), Youssef Saliba, informa que os investimentos privados, principalmente de empresários de outras regiões, estão alavancando o turismo em Aquidauana, em especial na estrada. “Precisamos de mais acomodações, os turistas estão chegando e nosso papel é qualificar roteiros e promover um turismo sustentável”, disse.
A chegada do asfalto a estrada sinuosa e cênica, passando pelas encostas e despenhadeiros da morraria, no divisor entre planalto e pantanais, mudou o turismo local, então incipiente. O fácil acesso a um lugar então pouco valorizado atraiu novos empreendimentos em hotelaria e gastronomia e hoje a região conta com 400 leitos entre pousadas, casas de veraneio, pesqueiros e áreas de camping.
Segundo a Sectur, Piraputanga e Camisão contam hoje com 25 empreendimentos de hospedagem e onze restaurantes, muitos dos quais na beira da estrada, melhorando sobremaneira os serviços ao turista e qualificando o atendimento no destino. O “boom” turístico e imobiliário vem mudando o perfil socioeconômico nos distritos em três anos.
“Aqui é a bola da vez, começamos com pouca estrutura, mas o asfalto mudou tudo, os investidores estão chegando e vamos integrar uma região fortemente turística, que é a Rota Pantanal Bonito, e futuramente o Corredor Bioceânico”, visualiza a empresária Dalva Mirian Coura, presidente do Conselho Municipal de Turismo (Comtur) e dona de um rancho em Camisão.
A oportunidade de crescimento uniu o município e os empresários no planejamento e estruturação dos atrativos em busca da profissionalização do destino e um modelo de gestão com visão de futuro. Recentemente, foi reativado o Comtur e a prefeitura aderiu ao Programa Del Turismo, do Senac/MS, para criar um plano estratégico de fomento e qualificação.
Camisão atrai evento
Os empresários também perceberam a necessidade de se organizarem e criaram uma associação em Camisão, a Aecopaxi, e se mobilizam também em Piraputanga, para fortalecer a atividade por meio da gestão participativa. “Estamos trabalhando agora o conceito desse turismo de experiência, com o apoio da Fundtur/MS, município e Sebrae”, informa Mirian Coura.
Ao mesmo tempo, segundo ela, o segmento quer criar elementos que identifiquem cada região para potencializar a promoção do destino e oferecer um turismo que não seja apenas de beira de estrada. “Queremos promover um turismo sustentável não apenas para a pessoa contemplar e ir embora; queremos que seja uma visita marcante e fique um legado”, resume.
Sede do Terroir Pantanal, primeira vinícola do Estado, Camisão já colhe os primeiros frutos desse novo momento: em maio de 2024, o pequeno lugarejo sediará o Festival Internacional de Yoga, que vai montar uma “cidade” para cinco mil adeptos ou “tribos”. Até lá, prefeitura e empresários querem trabalhar o mapeamento turístico e garantir um serviço de qualidade.
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